Por que escolheu estudar Fisioterapia? O que o motivou? E o porquê a fisioterapia desportiva?
Na época, estava dividido entre educação física, engenharia ou medicina. Acho que encontrei uma área que liga tudo. (risos). Em uma consulta com a psicóloga, ela aplicou um teste vocacional e dentro das profissões, apareceu fisioterapia. O teste indicou que me daria bem trabalhando com as mãos, com o público, resultado rápido. Profissional que atua em campo, acho que tudo isso fez com que escolhesse ser fisioterapeuta. Referente a fisioterapia desportiva, só afirmou as minhas características de querer estar em um ambiente competitivo, onde eu possa dar o melhor atendimento possível. Quando comecei o curso na faculdade, sempre optei pela área esportiva, já fui atleta (pratiquei vários esportes), então só facilitou na escolha.
Como começou a sua história no Esporte Clube Pinheiros?
É uma história bem legal! Quando estava na faculdade, um professor trabalhava no Instituto Vita, onde tinha uma unidade dentro do Clube. Comecei fazendo estágio, sai do Instituto para fazer os estágios obrigatórios da faculdade. Gostaram do meu trabalho e decidiram me chamar para trabalhar registrado no Vita e na unidade no Pinheiros com os atletas de alto rendimento. Depois de um tempo, o Clube contratou os funcionários do Vita.
Desde então trabalho no Esporte Clube Pinheiros, são quase oito anos de história pinheirense.
Atualmente você atua em qual modalidade? Como é fazer parte da equipe, o dia a dia com os atletas?
Atualmente minha principal modalidade é a Ginástica Artística, na verdade a ginástica sempre esteve presente desde que entrei no Clube em 2012. Trabalhei com outras modalidades em competição, já recebi convites importantes, até mesmo para mundiais, olimpíadas, mas a minha paixão maior é a ginástica sempre.
É muito legal fazer parte do dia a dia, do treinamento dos atletas, aquecer o pessoal, focar no direcionamento do trabalho para cada atleta. Exercer a minha parte técnica, fazer um acompanhamento com muita atenção, estudar o atleta para tentar melhorar seu desempenho, estar em conexão com a equipe multidisciplinar é extremamente importante, pois encontramos a melhor forma de trabalhar com os ginastas. Digo que é a “Mágica da equipe multidisciplinar.”
Quais foram as principais competições que já acompanhou?
Copas do Mundo foi o principal evento. Tenho o sonho de ir para as Olimpíadas, Jogos Pan-Americanos e mundiais.
Um momento ou alguns momentos memoráveis na sua carreira?
Foi Rio 2016, uma olimpíada no seu país, Nory conquistou medalha de bronze, um excelente resultado. É muito gratificante trabalhar com o atleta dia a dia e vê-lo alcançar resultados tão importantes, não tem preço.
Um fisioterapeuta, assim como um preparador físico, o técnico ou outro membro que faça parte de uma equipe multidisciplinar, vibra e comemora as conquistas dos atletas como se fossem sua? Como é lidar com este sentimento em um ambiente de competição?
Com certeza vibramos tanto quanto eles, quanto acontece algum resultado expressivo a equipe em um todo vibra muito, pois atrás do atleta tem diversos profissionais empenhados para que o desempenho da equipe melhore cada vez mais e tudo dê certo e fique impecável.
Qual é o maior desafio em ser um fisioterapeuta do esporte? E qual é o diferencial?
O maior desafio de um fisioterapeuta no esporte, é o jogo de cintura com os atletas, saber cobrar, sem ser agressivo. Temos que extrair o melhor do atleta lembrando que ele não é uma máquina, um robô.
É importante ter conhecimento da modalidade, saber sobre cada movimento, acho isso muito desafiador. O cara que fica no consultório, ou traz sua mesinha e só afasta o atleta falando que ele vai ficar tratando determinado em tempo, é muito fácil. O esporte de alto rendimento não dá pra fazer corpo mole. Temos que fazer com que o atleta volte a atuar o mais rápido possível, treinando 100% e de preferência, sem que ele tenha um prejuízo a longo prazo, porque a vida útil do atleta no esporte não é longa, em algum determinado momento ele vai diminuir o ritmo, então o quanto mais você consegue preserva-lo é melhor. É um dos maiores desafios na profissão.
Você tem algum protejo paralelo ao Clube? Conte como é.
Tenho alguns trabalhos paralelos sim. Mas, tenho muita vontade daqui uns anos focar em um projeto com atletas carentes. Outra vontade é fazer parte dos fisioterapeutas da seleção, não ser só um freela e sim oficial na equipe de ginástica artística.
Para finalizar, deixe um recado para quem quer ser um fisioterapeuta. Que dicas daria?
O profissional ser cabeça aberta, no sentido estudar, correr atrás da informação, não ficar acomodado. Adquirir conhecimento sempre é importante. Ter pratica para desenvolver a habilidade.
