Pinheirense campeã do Roland Garros Junior Wild Card disputa vaga em Paris

Um sonho que parecia distante de se tornar real irá se concretizar para a pinheirense Camila Bossi. A tenista de 15 anos conquistou o título do Roland Garros Junior Wild Card Series e assegurou a vaga para o qualifying do Grand Slam francês. A campeã da seletiva brasileira vai disputar a classificação neste sábado (25/5) em Paris, contra as vencedoras do mesmo torneio realizado na China e Índia. Apenas uma das três atletas seguirá à chave principal, que reunirá 64 jogadoras de 2 a 8 de junho.

“É incrível. Eu nunca imaginei que estaria tão próxima de um sonho que alimento desde criança. Fico imaginando encontrar com Serena Williams, Djokovic, Nadal, Federer no complexo de Roland Garros. Será inesquecível”, exalta Camila, que já vivenciou outras experiências internacionais de dimensões mais modestas.

Com a classificação assegurada para Roland Garros, Camila teve o privilégio de participar da Opening Party há 15 dias na casa do cônsul francês em São Paulo, ao lado de Gustavo Kuerten, Marcelo Mello e outros tenistas que já passaram pelo saibro francês. A referência no esporte para a tenista paulistana é a russa Maria Sharapova.

A pinheirense treina no clube com a equipe do ‘head coach’ Eduardo Eche desde os cinco anos de idade. “Em Paris, ela estará entre as melhores juvenis do mundo. Na final brasileira em Itajaí (SC), Camila venceu Nalanda Silva, de Goiânia, um ano e meio mais velha, e muito bem treinada. Ela nunca havia vencido a Nalanda e ganhou os dois últimos jogos. Camila está preparada para jogar em Paris”, define o treinador.

As experiências internacionais da jovem tenista incluem importantes torneios como Le Petit As, em Torbes, na França, Orange Bowl, em Miami, e um vice-campeonato no Banana Bowl em Criciúma (SC). Representando o Brasil, jogou o Mundial de Budapeste, Gira Europeia a convite da Cosat (Confederação Sul-Americana) e conquistou duas medalhas de bronze em Sul-Americanos, de 14 e 16 anos.

Respirando Roland Garros – Desde o título do Junior Wil Card Series em abril, Camila planejou sua rotina em função do torneio francês. “Em todos os dias eu acordava e meu primeiro pensamento era: hoje tenho mais um dia de treino para Roland Garros. Investi no aprimoramento do saque, movimentação de pernas e ‘forehand’ (golpe com a palma da mão virada para frente)”, conta Camila.

Além da intensa dedicação ao tênis, a pinheirense está concluindo o ensino médio em uma escola norte-americana à distância, por computador. “O atual sistema educacional do País, não permite que um tenista de alto rendimento frequente uma tradicional escola paulistana porque não é possível conciliar as aulas com treinos e jogos”, critica Eche. Camila ainda estuda português e redação de forma particular.

O apoio da família é considerado a base para que a tenista possa seguir alimentando o sonho de se profissionalizar. “Meus pais sempre praticaram esportes. Meu pai jogava basquete e minha mãe nadava. Minha irmã fez cinco anos de ginástica artística e hoje estuda medicina”, relata a tenista. “Camila sempre foi muito focada no tênis, desde pequena. A família percebeu e abraçou o projeto. Essa contribuição é fundamental”, afirma o técnico Eche.

Gratidão e patrocínio – Camila sempre contou com a estrutura do Pinheiros e hoje também recebe o material esportivo da Wilson. “São dez anos de apoio total do clube, em treinos, viagens e torneios. Gostaria de agradecer muito à diretoria do Pinheiros e ao meu técnico Jurandir Corrêa Neto”, reconhece Camila. “Para se tornar profissional, é necessário captar recursos. Ela precisa aproveitar o momento que é muito positivo para buscar patrocínios”, recomenda o experiente Eduardo Eche.


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