O Rio de Janeiro foi palco do maior evento esportivo do mundo. Diversos atletas se emocionaram, se superaram e lidaram com suas frustrações, na frente de milhares de pessoas. Da cerimônia de abertura até a de encerramento, cenas de alegria e tristeza mostraram o tão famoso “espírito olímpico”.
Inúmeros momentos devem entrar para a história dos Jogos. Quem não se lembra, no Atletismo, quando as atletas Nikki Hamblin, da Nova Zelândia, e Abbey D’Agostino, dos Estados Unidos, pararam no meio das eliminatórias dos 5 mil metros para uma ajudar a outra? O gesto rendeu à neozelandesa a medalha Pierre de Coubertin, uma honraria esportivo-humanitária oferecida pelo Comitê Olímpico Internacional.
Nesta Olimpíada, pela primeira vez, uma delegação de atletas refugiados participou da competição, mostrando força, persistência e motivação. A perseverança era visível na vitória da atleta Majlinda Kelmendi, de Kosovo, que conquistou a primeira medalha de ouro da história do país. No Vôlei de Praia, o respeito à diversidade entrou em quadra na disputa entre uma atleta egípcia e uma alemã.
Com tantos momentos emocionantes, os atletas mostraram não apenas seu talento, mas também o que aprenderam com a prática do esporte: cooperação, valorização de pequenas conquistas e descobrir como é lidar com frustrações. Por isso, a Olimpíada é como uma escola que ajuda as crianças a trabalhar esses ensinamentos e aplicá-los no dia a dia.
“Em um mundo extremamente capitalista e voltado para as conquistas individuais e pessoais, exemplos como esses de ajuda e respeito lembram que não vivemos sós. Não precisamos passar por cima de ninguém para sermos reconhecidos e olhar para o outro só nos enriquece como indivíduos”, comenta Carla Ide, psicóloga do Clube.
APRENDIZADO
Praticar esportes na infância é o caminho para entrar em contato desde cedo com esses valores e aprender lições que ajudam no desenvolvimento físico e psicológico. Os pequenos pinheirenses se espelham nos atletas “gente grande” do Clube.
“O que fizemos na aula do Centro de Aprendizagem Desportiva durante a Olimpíada foi pontuar o que estava acontecendo nas partidas. Não focamos em sucessos ou derrotas, apenas na participação dos atletas”, comenta Ana Célia Osso, coordenadora do Centro de Aprendizagem Desportiva.
Os benefícios que o esporte traz ao psicológico da criança são visíveis para pais e profissionais do CAD. “Os alunos crescem bastante em todos os sentidos, pois um dos nossos objetivos são os fatores psicossociais, como rotinas, respeito a professores e colegas, prazer pela prática da atividade com base no convívio social e interesse próprio”, completa Ana Célia.
PALAVRA DE ÍDOLO
Os atletas olímpicos do Clube inspiram as crianças a praticar esportes e são exemplos tanto do talento e do treino que os leva a pódios, quanto dos valores que conquistaram por meio da prática das modalidades. Muito mais que medalhas e troféus, o esporte traz aprendizados para a vida.
“O esporte ajuda o atleta a lidar e respeitar as diferenças, compreender a importância da disciplina, lidar com sucessos e fracassos, desenvolver o espírito de equipe, trabalhar de forma coletiva e direcionar seu foco de atenção”, afirma Carla.
Francisco Barreto, atleta pinheirense que competiu pelo Brasil na Ginástica Artística, deixou seu recado na aula da modalidade, no Clube. O ginasta, que fez sua estreia olímpica na Rio-2016, deu dicas às crianças, que puderam ver de perto esse ídolo olímpico.
“O reconhecimento das crianças é bem bacana, porque passei por esta fase, tive os meus ídolos também. Ver uma criança falando que gosta de você e que tem vontade de chegar às Olimpíadas me faz voltar no tempo e fico feliz”, comenta o ginasta, conhecido como “Chico”.
