Atualmente muitas informações circulam a respeito da pandemia do novo coronavírus e por se tratar de uma situação “nova” para todos nós, é comum termos dúvidas em como filtrar todo o conteúdo que recebemos e saber o que é mito e o que é verdade.
Conforme já abordamos aqui em outro texto, já existem ferramentas que podem nos auxiliar em confirmar se uma notícia é ou não é verdadeira, além disso, muitos veículos de comunicação têm reforçado diariamente todos os cuidados necessários. Mas será que você está bem informado e sabe reconhecer os mitos que circulam por aí? Conheça alguns mitos e verdades:
– Beber água a cada 15 minutos é uma forma de prevenção: esta informação circulou pelas redes sociais como se fosse uma citação de um médico japonês e houve também uma versão “árabe” da mesma notícia que foi bastante compartilhada. De acordo com a afirmação é necessário beber água a cada 15 minutos para eliminar qualquer vírus que possa ter entrado pela boca.
MITO: apesar de tomar água e manter-se hidratado, ser uma boa recomendação em qualquer ocasião, não há evidências de que isso tenha qualquer resultado em relação a covid-19. Os vírus transmitidos pelo ar entram no corpo através do trato respiratório quando inalados. Alguns deles conseguem entrar pela boca, mas beber água constantemente não fará com que você não pegue o vírus.
– A higienização das mãos é a uma das principais recomendações na prevenção: lavar com frequência as mãos até a altura dos punhos, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%, é algo que tem sido reforçado constantemente.
VERDADE: o Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir o coronavírus e a higienização das mãos está entre estas medidas.
– A vacina da gripe previne contra a Covid-19: a campanha de vacinação que ocorre todos os anos e que teve início no último dia 23 de março, tem como objetivo imunizar as pessoas contra os vírus influenza A (H1N1 e H3N2) e B.
MITO: ainda não existe uma vacina (ou outro tipo de imunização) contra o novo coronavírus, mas é importante se vacinar neste momento, principalmente os grupos de risco, para que se diminua a circulação de vírus respiratórios, tendo um maior controle e evitando sobrecarregar os serviços de saúde.
– Uso de máscaras é valido para todas as pessoas servindo como um complemento na prevenção: inicialmente a utilização de máscaras era indicada apenas para profissionais da saúde ou para pessoas que estivessem tossindo ou espirando, para que evitassem contagiar outras pessoas. Nas últimas semanas, no entanto, esta recomendação foi ampliada para o restante da população.
VERDADE: de acordo com a orientação do ministro da saúde foi recomendado que a população permanecesse em isolamento sempre que possível, mas que ao ser necessário sair de casa (para ir ao mercado, por exemplo), fizesse o uso de máscaras. Vale reforçar que é válido inclusive as máscaras de pano e que as do tipo “N95”, que são de uso dos profissionais da saúde, devem ser evitadas para não corrermos o risco de faltar para eles.
– O Isolamento social é necessário apenas para o grupo de risco e para quem apresenta os sintomas: pessoas que pertencem ao grupo de risco são as que mais devem aderir ao isolamento social, assim como quem apresenta os sintomas também deve de forma imediata passar a ficar em casa e evitar contaminar outras pessoas.
MITO: como não existe ainda uma forma de imunizar a população contra o novo coronavírus, a principal medida adota por vários países tem sido o isolamento social. O objetivo desta ação é evitar o contato das pessoas umas com as outras e que desta forma o vírus circule numa maior velocidade, podendo sobrecarregar o sistema de saúde de uma única vez. Por tanto, apesar dos grupos de riscos serem os que mais devem se preocupar com o isolamento, esta é uma medida que deve ser adotada por todos (que forem possível), já que o vírus não é algo que afeta exclusivamente uma ou outra parcela da população e todos estão sujeitos a contraí-lo.
– O vírus não resiste a temperaturas superiores a 26º: algumas notícias circularam pelas redes sociais, afirmando que o vírus não resistia a temperaturas superiores a 26º e algumas sugeriam inclusive a utilização de ferros de passar e outros objetos como secadores (de mãos e de cabelo), como uma forma de “esterilização”.
MITO: de acordo com o esclarecimento do Ministério da Saúde, O coronavírus (COVID-19) pode sobreviver a temperaturas superiores a 26º C, a própria temperatura do corpo humano (> 36º) é superior a essa. No entanto existem algumas evidências sugerindo que, no ambiente, os coronavírus no geral podem ter seu tempo de sobrevivência reduzido com temperaturas elevadas.
– Fumar aumenta o risco da forma grave de coronavírus: em uma peça publicitária da Organização Mundial da Saúde o anúncio faz uma alerta aos fumantes: “Para se proteger do novo coronavírus”, parar de fumar é uma medida tão importante quanto lavar as mãos com água e sabão”.
VERDADE: além de fazer muito mal à saúde, fumar eleva substancialmente o risco de desenvolver a forma grave da doença causada pelo novo coronavírus, a Covid-19. Desta forma, todas as pessoas que fumam, mesmo aquelas que não são idosas e não possuem nenhum outro problema de saúde, podem se considerar dentro do grupo de risco.
-É seguro receber cartas, pacotes e encomendas da China: apesar de ser indicado fazer a higienização de qualquer tipo de produto que venha de fora da sua casa, produtos que venham da China não são considerados como um “fator de risco” ou uma forma de contrair o novo coronavírus.
VERDADE: o Ministério da Saúde afirma que não há nenhuma evidência que produtos enviados da China para o Brasil tragam o novo coronavírus. Argumenta ainda que vírus geralmente não sobrevivem muito tempo fora do corpo de outros seres vivos, e o tempo de tráfego destes produtos costuma ser de muitos dias.