Medalhista olímpico supera sete cirurgias e retorna à seleção

Ganhador da medalha de bronze nos Jogos de Atenas e Pequim, Leandro Guilheiro, do Pinheiros, está de volta à seleção brasileira de Judô

A história de superação do judoca Leandro Guilheiro transcende o tatame para reconduzir o atleta do Esporte Clube Pinheiros à seleção brasileira depois de duas medalhas olímpicas e sete cirurgias acumuladas nos últimos anos. Guilheiro venceu a segunda etapa da Seletiva Olímpica Tóquio 2020 nesta semana na Bahia e garantiu uma das 16 vagas restantes para a equipe brasileira de judô em 2018.

Na luta decisiva da categoria até 81 kg, o judoca paulista venceu o gaúcho Tiago Pinho por ippon no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em Lauro de Freitas. Guilheiro conquistou o bronze nos Jogos de 2004 e 2008, é vice-campeão mundial, campeão Pan-Americano e dos Jogos Mundiais Militares. Dos 48 convocados pela CBJ, 14 são do Pinheiros, clube com maior número de atletas na seleção.

A motivação de Guilheiro pelo esporte é o principal motivo da persistência exemplar demonstrada ao longo de sete cirurgias em apenas três anos. O judoca vibra com o retorno à seleção. “A emoção desta convocação foi semelhante à da vitória em minha primeira seletiva Cada conquista tem um valor diferente dependendo do momento em que vivemos. Antes das lesões, permaneci na seleção brasileira por mais de uma década. Era uma situação natural para mim”, considera o judoca de 33 anos.

A principal meta de Guilheiro para 2018 é readquirir ritmo de competição e evoluir gradativamente. Além de sua perseverança, o atleta reconhece o apoio do clube em sua árdua recuperação. “O Pinheiros sempre esteve ao meu lado nos momentos mais difíceis, o que valoriza ainda mais esta convocação. Os resultados serão consequência. Depois de ficar um tempo fora devido às lesões e às cirurgias, percebi como a seleção é importante para mim, o que me deu força para recomeçar do zero”.

Apesar da determinação inata, o judoca confessa que os obstáculos recentes, em muitos momentos exigiram reflexão mais profunda sobre a carreira. “Questionei várias vezes se teria chegado a hora de parar, mas sempre concluí que deveria suportar um pouco mais. Os últimos anos me ensinaram que planos a longo prazo são ilusórios. Eu sei onde quero chegar, mas prefiro pensar no treino de cada dia e em um dia de cada vez”, resigna-se o medalhista olímpico.

A primeira atividade da seleção em 2018 será o Treinamento de Campo de Mittersil, na Áustria, entre 08 a 16 de janeiro. A primeira competição oficial será o Grand Prix de Tunis, na Tunísia, de 17 a 21 de janeiro. A seletiva de Lauro de Freitas foi a última etapa de seleção de atletas para a equipe principal. Além da atividade, o Ranking Nacional classificou 14 judocas e o Ranking Internacional, outros 18 atletas.

 


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