Apaixonado por samba, o cantor compositor foi um dos fundadores do grupo Exaltasamba, referência do pagode nos
anos 1980. Durante os 26 anos ao lado da banda, lançou 15 CDs, quatro DVDs e vendeu mais de 15 milhões de discos. Em carreira solo desde 2012, Péricles continua sua jornada de sucesso e, antes de se apresentar na Feijoada Carnavalesca, o cantor conversou com exclusividade com a Revista EC Pinheiros.
Com uma carreira de mais de 30 anos, o seu público foi se renovando ao longo dos tempos. O que sua música tem de especial que atinge diversas gerações?
O que a minha maneira de ver a música tem de especial é justamente a maneira de pensar, não escolho nada sozinho e quando escolhemos, pensamos sinceramente no que o nosso público almeja ouvir. Tudo que a gente faz, faz pensando no nosso fã, o que ele gostaria de ver a gente executando. Então, 90% das coisas bem-sucedidas que a gente tem feito estão ligadas diretamente ao repertório. Um bom repertório é tudo e eu sei que a galera está ansiosa para ouvir tudo o que a gente tem a dizer.
Você viu de perto o desenvolvimento do pagode e contribuiu com o samba. Como foi transitar
por esses estilos?
Acho que a coisa mais importante que tem no meu trabalho é a preocupação em fazer com que ele atinja as pessoas. Por flutuar também facilmente entre o samba mais antigo e o pagode mais contemporâneo, aliás, samba e pagode são a mesma coisa, embora os nomes sejam diferentes, o produto é o mesmo. E a minha ideia é sempre essa de poder
misturar sempre, quanto mais a gente mistura, mais o nosso público ganha.
Você acha que o pagode e o samba vêm se modificando? Isso ajuda a atrair novos fãs?
Isso se deve à globalização, pois a gente ouve de tudo. Ouço de tudo e tudo que escuto procuro transformar em samba. E acho que esse é o caminho: quanto mais a gente procurar fazer com que essa globalização seja um fato, todo mundo ganha com isso.
Qual novo artista te influencia em sua carreira?
Tenho visto artistas fazendo a diferença. Tenho ouvido muito todas as mulheres, a Marília Mendonça é um talento fora do comum e inspira muito a gente no que vem fazendo. Tenho visto muito também a Iza, ela merece a nossa atenção. Ela realmente faz a diferença onde está passando. É claro que mulheres ativistas como a Karol Conka merecem muita atenção, tudo que elas têm feito, têm aberto portas pra que muita gente possa chegar.
O Mumuzinho faz parte dessa nova geração. Como você avalia o trabalho dele?
O Mumuzinho é uma grata novidade, tive a honra de participar do primeiro DVD dele, no primeiro CD dele a música título é uma música minha, então vejo o Mumu como um grande talento, tanto cantando como compondo e é um grande ator. Em tudo que ele põe a mão ele realmente faz a diferença, é um grande talento brasileiro e veio para ficar também. Confio muito no som dele, confio muito na musicalidade dele.
Como é para você se apresentar com ele na Feijoada Carnavalesca?
Vai ser uma grande festa, como nas festas que nós fazíamos na gravação do programa Esquenta. Vai ser prazeroso, vai ser maravilhoso, estar com ele mais uma vez vai ser muito bom e eu espero que todo mundo que estiver com a gente nessa Feijoada possa sentir a alegria que a gente vai transmitir.
O que o público do Clube pode esperar do encontro de vocês na Feijoada Carnavalesca?
Pode esperar uma grande festa, com muita animação, um momento para a gente comemorar, festejar, sem esquecer de quem precisa. Carnaval é um momento para a gente estar junto e lembrar que é exatamente igual ao outro, isso não pode se perder de jeito nenhum. Vamos festejar, mas vamos festejar com consciência.
A Feijoada Carnavalesca do Clube é muito tradicional para os associados. Como você recebeu o convite para ser a atração deste evento e o que preparou?
O convite nos surpreende e nos credencia, fiquei realmente muito feliz. Nós vamos mostrar os nossos grandes sucessos, as novidades, e tudo aquilo que não pode faltar em uma festa de Carnaval. Estamos preparando tudo com
muito carinho para a galera poder curtir o Carnaval.