Contando com novos reforços, Pinheiros é campeão da Copa São Paulo de Judô

Conheça as estórias de três judocas pinheirenses que contribuíram com a vitória do Clube nesta competição

Com atletas nas categorias Sub-18, Sub-21 e Sênior, o Pinheiros conquistou o bicampeonato da Copa São Paulo de Judô neste último final de semana. O Clube que atualmente tem representantes não só na equipe principal, mas também nas categorias de base da seleção brasileira de judô, tem demonstrado cada vez mais como desenvolve um trabalho consistente e assertivo com o foco de ciclo em ciclo olímpico. No total, participaram da Copa São Paulo 30 judocas pinheirenses, com a equipe encerrando sua participação conquistando 24 medalhas (13 ouros, 03 pratas e 08 bronzes) e quatro atletas ficando com a 5ª colocação, além de terem levado o título da edição de 2019 da competição.

A Copa reuniu atletas de todo o estado de São Paulo, chegando a contar com mais de 3.000 judocas distribuídos em diversas categorias. As disputas realizadas no Ginásio Poli Esportivo Municipal “Adib Moysés Dib”, iniciaram no sábado (16) com as categorias de Sub-11 a Sub-18. Com duas representantes no Sub-18, o Pinheiros já estreou bem, ficando com um ouro da peso pesado Beatriz Freitas e uma prata da peso médio Nauana da Silva. Já no domingo foi o dia das lutas do Sub-21 e o Sênior, onde o Clube obteve mais 22 medalhas, o que lhe garantiu o título. Apenas três atletas da equipe perderam na primeira luta não conseguindo avançar na competição, todos os outros se mantiveram pelo menos entre os cinco melhores de suas categorias.

“Ouro novo” na casa

A Copa São Paulo de Judô teve um “gostinho” especial para Beatriz Furtado Petri de Freitas. Com apenas 16 anos, a atleta que teve sua contratação pelo Pinheiros efetivada em fevereiro deste ano, fez sua estreia pelo Clube sendo a responsável pelo primeiro ouro conquistado na competição. Disputando na categoria pesado do sub-18, a jovem natural de Atibaia (SP) conta que já havia recebido um convite para vir para a capital paulista, mas ficou um pouco insegura devido à idade e resolveu adiar um pouco mais a decisão.

“Ano passado o Pinheiros já havia me chamado, mas eu conversei com o meu sensei e nós entramos em um consenso que era melhor não, que eu ainda era muito nova, não que eu ainda não seja”, ela sorri. “No final do ano me fizeram a proposta novamente, então eu decidi tentar. Na edição passada desta competição eu fui campeã por Atibaia e este ano repeti o resultado pelo Pinheiros, então acho que comecei bem”, completa a judoca.

Beatriz conta que iniciou na modalidade quando tinha apenas seis anos, em um projeto de bairro, inicialmente por ser “gordinha” e buscar algum tipo de atividade física. Chegou inclusive a frequentar também aulas de natação, balett e fanfarra, mas foi no judô que se encontrou. Por volta dos 12 anos começou a se destacar e por isso foi convidada para participar da equipe competitiva de Atibaia.

O fato de enxergar uma oportunidade de crescimento, contou bastante para a decisão da troca de equipe. E em pouco tempo da sua chegada em São Paulo, ela já vê evoluções, apesar das dificuldades normais de adaptação da nova rotina longe de casa.

“Eu vim treinar no Clube em dezembro, mas só passei a ser atleta e vir morar em São Paulo, oficialmente em fevereiro . Tem hora que bate um desespero, daí é pôr a cabeça no lugar, ficar quietinha e lembrar dos meus objetivos. Eu costumo ficar bem ansiosa nas minhas lutas, mas nós estamos fazendo um trabalho bem legal no Pinheiros, que é para controlar a ansiedade e o medo. Tentei me acalmar e fazer tudo que tinha aprendido e deu certo, consegui ganhar as quatro lutas e ficar e ser campeã.

Além de conquistar o título do pesado feminino na categoria sub-18, Bia também disputou no domingo, no meio-pesado do sub-21. E apensar de não ter medalhado, ela também teve um bom desempenho, conseguindo ficar com a 5ª colocação.

“Com o resultado no sub18 eu consegui a vaga no Combat Games, que vai ser agora em abril no Tocantinins. E se eu ganhar lá vou para a Hungria. Estar do lado de medalhistas olímpicos e em um Clube que tem vários atletas de outras modalidades dá uma motivação a mais. Quero chegar onde eles chegaram e treinar com eles é maravilhoso”, completa a jovem judoca.

 Autossuperação

A peso leve do sub-21 Vitória Andrade, também teve um motivo extra para comemorar, além da conquista de um ouro e o título para o Clube. Com 19 anos, natura de Campo Grande (MS) a judoca que passou a representar o Pinheiros desde o ano passado, havia disputado as finais contra a atleta de São Caetano, Shirlen Thais do Nascimento, em outras duas competições e foi superada pela adversária.

“Eu sabia que podia ganhar dela. Na última Copa São Paulo já tínhamos nos enfrentado e eu ganhei. Mas na seletiva realizada no final do ano e no Meeting Nacional, que foi agora em fevereiro, fui superada. A conquista de hoje foi um alívio. Acho que o que fez a diferença é que eu procurei ficar focada na dose certa, sem ficar pesando muito nas lutas, porque isso acaba me desgastando”, ela avalia.

Se alguém perguntasse para Vitória o que ela seria se não fosse atleta, certamente não saberia responder, pois se não tivesse seguido carreira no judô, certamente seria ginasta. Até os 12 anos, a jovem vivia entre os tatames e o tablado, treinando e competindo nas duas modalidades. Ela conta que tinha um carinho especial pelos dois, mas chegou a hora em que precisou escolher qual caminho iria seguir.

“Eu fazia ginástica e judô e amava os dois, mas a minha mãe me disse que eu precisava escolher um deles, pois não era uma máquina. Foi em 2011, quando eu fui para o meu primeiro Campeonato Pan-americano de Judô, no Panamá que eu fiquei encantada e vi que ali era o meu lugar, então optei por ele”.

A sul-mato-grossense explica que na sua cidade o judô não é muito tradicional e que apesar de ir bem nos torneios mistos, regionais e até conseguir vaga para campeonatos brasileiros, viu a necessidade de crescer. “ São Paulo é uma grande metrópole e as meninas daqui são fortes, então resolvi tentar uma peneira no Pinheiros para começar a fazer parte da equipe”.

Atualmente em segunda, no ranking nacional, atrás da adversária Shirlen a atleta conta que sua principal meta atualmente é ser campeã mundial e para isso precisa buscar pontos para ranquear e ser convocada.

“Esta vitória me ajudou bastante, foi uma autossuperação. Agora é só conseguir desenvolver bem o que eu já treino. Agora eu vou para A concentração da seleção em Pindamonhangaba e vou para Alemanha, para conseguir pontuação. A Shirlen, por ser a primeira do ranking foi convocada pela CBJ, já eu vou por conta própria. Pretendo agora ganhar na Alemanha para ir conquistando meu espaço”.

Ano novo, vida nova

Se fosse para definir este começo de 2019 para Ellen Froner Santana, com uma palavra, ela seria “mudança”. Competindo no peso médio, a judoca hoje com 20 anos, deixou a base da seleção e fez sua estreia na equipe sênior, além disso a judoca que representava o Palmeiras, também mudou de clube, passando a fazer parte da equipe o Pinheiros.

“O Palmeiras sempre foi um Clube muito bom, mas agora que eu cheguei no Sênior senti que precisava de uma massa maior de treinos e achei que o Pinheiros poderia me oferecer isso. Por ter atletas com experiências em outros países, vários campeões, gente que roda muito lá fora, acredito que a experiência deles vai somar muito com a minha e por isso optei pela mudança”, explica.

Assim como muitas crianças, Ellen foi para o judô aos seis anos, para descarregar um pouco da muita energia que possuía. Além disso, ela tinha em casa o exemplo dos irmãos mais velhos, que chegaram até a faixa laranja.

“Minha motivação para começar a fazer judô foi ótima, eu tinha dois irmãos mais velhos e precisava me defender. Eles sempre brincavam de me jogar e eu queria fazer também”, brinca a atleta. “Eu era muito arteira em casa e comecei precisava descarregar a energia. Hoje o resultado está aí, o judô é a minha vida, é o que eu amo fazer”.

Sua estreia pela seleção adulta não poderia ter sido melhor. A primeira competição foi em fevereiro no Grand Slam de Dusseldorf, onde ela conquistou o bronze, que foi sua primeira medalha no Circuito Mundial Sênior da Federação Internacional de Judô. Na sequência, subiu no pódio novamente, mas desta vez no lugar mais alto, conquistando um ouro no Aberto Pan-Americano de Lima, no Peru, agora no início de março.

“Eu enxergo tudo isso de forma bem positiva, estou chegando agora no sênior, já pegando resultados. Na corrida para 2020, isso é extremamente essencial. Quero seguir assim, competindo e pegando qualquer ponto que vem por aí. Meu objetivo maior este ano é chegar no Mundial”.

Ellen encerrou a Copa São Paulo satisfeita, mas já pensando no próximo desafio. Ela disputará o Aberto Pan-Americano entre os dias 23 e 24 de maro, em Santiago, no Chile.

Confira todos os resultados do Pinheiros na Copa São Paulo de Judô:

SUB-18

Beatriz de Freitas (+70kg) – Ouro

Nauana Aparecida da Silva (-63kg) – Prata

 

SUB-21

Feminino

Laura Freitas (-48kg) – Ouro

Vitória Andrade (-57kg) – Ouro

Franciele Terenzi (-57kg) – Prata

Izabela Franco (-63kg) – Bronze

Meire Souza (-70kg) – 5º Lugar

Beatriz de Freitas (-78kg) – Ouro

 

Masculino

João Paulo Correia (-60kg) – Bronze

Willian Lima (-66kg) – Ouro

Pietro Muhlfarth (-73kg) – Ouro

Gustavo Guimarães (-81kg) – Bronze

Igor Morishigue (-90kg) – Ouro

Lucas Lima (-100kg) – Ouro

 

SÊNIOR

Feminino

Gabriela Chibana (-48kg) – Ouro

Ketelyn Nascimento (-57kg) – Ouro

Joseane Nunes (-63kg) – 5º Lugar

Ellen Santana (-70kg) – Ouro

Yanka Pascoalino (-70kg) – Bronze

Camila Vitória Ponce (-78kg) – Bronze

Sibila Faccholli (+78kg) – 5º Lugar

 

Masculino

Kainan Pires (-66kg) – Bronze

Rafael Bondezan (-73kg) – Prata

Vinicius Panini (-81kg) – Bronze

Gabriel Rusga (-90kg) – Ouro

Giovani Ferreira (-90kg) – Prata

Henrique Francini (-100kg) – Ouro

Rubens Inocente (-100kg) – 5º Lugar