O atleta do Pinheiros, Alison dos Santos, campeão mundial e pan-americano dos 400 m com barreiras volta a treinar, em São Paulo, com o desafio de buscar o bicampeonato das duas principais competições do ano pré-olímpico
O campeão mundial Alison dos Santos, o Piu, retoma os treinamentos nesta segunda-feira (31/10) para a temporada pré-olímpica com foco no Mundial de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto de 2023, e no Pan-Americano de Santiago, no Chile, em outubro. Alison ficará em São Paulo até fevereiro quando seguirá para mais treinos nos Estados Unidos e depois para as competições, principalmente na Europa, incluindo novamente o circuito da Liga Diamante, que começa em maio, em Doha, Catar.
O pinheirense também vai entrar mais vezes em provas de 400 m rasos, mas como preparação para os 400 m com barreiras, que continua sendo o seu foco principal. “Vai ser um ano muito importante por ter o Pan (foi ouro em Lima-2019) e o Mundial – nos dois eu posso conquistar o bicampeonato. É a minha meta para 2023. É chegar lá e cumprir e trazer mais um título para o meu clube e para o Brasil. O foco é a Olimpíada de Paris-2024, mas é pensar em cada temporada”, disse Alison, de 22 anos.
Em 2022 Alison fez uma temporada excepcional. Terminou invicto na sua especialidade, conquistou a medalha de ouro no Campeonato Mundial de Eugene, no Oregon, Estados Unidos, em julho, com os recordes da competição e sul-americano da prova, em 46s29. Ainda garantiu o troféu de campeão da Liga Diamante, em Zurique, Suíça, em setembro. Medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio-2021, sua marca em Eugene é a terceira melhor da história no Ranking Mundial da World Athletics. Correu três vezes abaixo dos 47 segundos em 2022 e fecha o ano como líder do Ranking Mundial dos 400 m com barreiras.
A projeção para 2023 é praticamente a mesma de 2022, mas com algumas adequações, dando sequência a um processo. Como nos últimos anos, os treinos começam no Brasil, até por causa do clima favorável no verão. Alison teve férias após a conquista da Liga Diamante, em setembro, e a preparação para a próxima temporada começa um pouco mais tarde neste ano para que possa chegar ao Pan, em condições de vencer em outubro de 2023.
“A gente percebeu que teria de fazer algumas mudanças na corrida para ter um aproveitamento melhor do Alison dentro da prova. Usamos 2022 como um laboratório, entre aspas, pensando já em Paris. Se algo fugisse do que a gente esperava teríamos chance de mexer para o Mundial de Budapeste, em 2023”, disse o treinador Felipe de Siqueira.
O técnico acredita que não chega a ser ousadia Alison pensar no recorde mundial nos 400 m com barreiras. “É um crescimento constante, um desafio a cada treino, a cada repetição. Não dá para não pensar em recorde mundial quando se está a 35 centésimos de segundo dele e quando se vê margem de melhora, no aspecto emocional, psicológico, no amadurecimento como pessoa e atleta. Quando pode sair a gente não sabe. E nem quem vai quebrar. Tem o norueguês Karsten, atual recordista, o norte-americano Benjamin, dono da segunda melhor marca de todos os tempos, e o Alison também”, analisou Siqueira.
Foto: Alison dos Santos – Carol Coelho / CBAT
