Eduardo Yudy, importado do Japão

Nascido no Japão e tendo tido boa parte da sua formação como judoca lá, Yudy mudou de país em busca do sonho olímpico

Se para muitos judocas ir para o Japão, a terra onde a modalidade se originou, seria um sonho, para Eduardo Yudy, a estória foi ao contrário. Nascido na cidade de Ibaraki, no Japão, ele começou a praticar o judô aos 4 anos e desde então não parou mais.

A vontade de se dedicar ao esporte era tanta que o jovem inclusive resolveu transformar isso em profissão, cursando a faculdade de educação física, com o foco em judô. Mas algo ainda estava incompleto, já que ele tinha o sonho de ir em busca de uma vaga para disputar os Jogos Olímpicos.

“Eu não podia participar de nenhum campeonato que servia como seletiva para ingressar na seleção japonesa, porque eu era estrangeiro. Até que uma vez uma equipe do Brasil foi treinar no local onde eu fazia faculdade e conversando com eles expliquei a minha situação. Eles me perguntaram se quando tivesse algum campeonato, se teria interesse em vir competir pela academia deles”.

E três meses depois desta conversa, Yudy recebia o convite desta equipe brasileira para vir até o Brasil participar de um campeonato, competindo pela Academia Mercadante, do interior paulista. Meio sem saber direito de que competição se tratava e recebendo o apoio do pai, que aceitou custear a sua viagem, ele resolveu arriscar e vir ao Brasil. “Eu vim com a cara e coragem só para lutar um campeonato, fui campeão e consegui entrar para a seleção júnior”.

Um passo havia sido dado em direção ao seu sonho, mas a partir daí ele se deparou com outro problema: como largar tudo no Japão e arriscar começar uma vida nova no Brasil?

“Eu tinha uma bolsa de 100% na faculdade, então conversei com o meu professor sobre o que poderia ser feito. Ele me deu duas opções: ou você deixa os estudos aqui e vai para o Brasil buscar seu sonho, ou termina a faculdade e só depois vai para o Brasil. Eu acabei optando por largar tudo e ir em busca do meu sonho”.

Ao tomar sua decisão, no entanto, o judoca entrou em contato com a academia que havia ajudado inicialmente e pediu ajuda para encontrar um Clube onde pudesse se desenvolver melhor. A Academia Mercadante fez a ponte entrando em contato com um técnico do Pinheiros e o meio-médio passou a representar o Clube a partir de 2014, permanecendo até hoje.

Este será o segundo Mundial Sênior de Eduardo Yudi. “Eu participei do Mundial do ano passado e também já havia ido no Mundial Júnior, em 2014”.

O atleta afirma que seu foco atualmente está todo no judô e só pretende retomar os estudos após 2020. “Eu estou em busca de ser campeão olímpico. 2020 e minha meta, antes disso não consigo mais focar em nada que não seja isso”, conclui o pinheirense.

Pinheiros no Mundial de Baku 2018
Dos 22 atletas convocados para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Baku, que acontecerá na capital do Azerbaijão no período de 20 a 27 de setembro, nove são do Esporte Clube Pinheiros, sendo seis no masculino e três no feminino.

Eric Takabatake (60kg) foi o pinheirense com o melhor desempenho até o momento, terminando em sétimo lugar. Ele venceu três lutas nas preliminares, mas caiu nas quartas e na repescagem pelo bronze. Na mesma categoria, Phelipe Pelim que disputou o seu segundo Campeonato Mundial, acabou não conseguindo passar da primeira luta, depois de sofrer três punições contra o espanhol Francisco Garrigos.

No ligeiro feminino, Gabriela Chibana que participou do Mundial pela primeira vez, estreou bem, com vitória por ippon sobre a sul-africana Geronay Whitebooi. Na segunda rodada, também não se intimidou diante da medalhista olímpica e mundial, Otgontsetseg Galbadrakh, e projetou a cazaque por waza-ari logo nos primeiros minutos de luta. A adversária, contudo, consegui forçar três punições à Chibana e avançou às quartas-de-final.

Charles Chibana também disputou na madrugada desta sexta-feira, mas acabou não avançando de sua segunda luta.

Confira a lista de judocas do Pinheiros:

Disputas individuais e por equipes

Seleção Masculina

Eric Takabatake (60kg) – ficou na 7ª colocação

Phelipe Pelim (60kg) – não avançou da primeira rodada

Charles Chibana (66kg) – parou na segunda rodada

Eduardo Yudy Santos (81kg)

Rafael Silva (+100)

Seleção Feminina

Gabriela Chibana (48kg) – parou nas oitavas-de-final.

Maria Suelen Altheman (+78kg)

Beatriz Souza (+78kg)

Convocados apenas para a competição por Equipes Mistas

Marcelo Contini (73kg)


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