Atletas que vão para o Pan de Lima

BIA BULCÃO pode ser considerada uma veterana em Jogos Pan-Americanos: em Lima a associada estará disputando pela terceira vez a competição. Antes a esgrimista conversou com a Revista sobre a emoção de representar o País, o valor das conquistas para a Esgrima e o que espera do Pan-2019.

Essa é a sua terceira participação nos Jogos Pan-Americanos. Como foram suas experiências anteriores? Na minha primeira participação eu era muito nova e realmente foi para adquirir experiência. Na segunda vez, em Toronto, ficamos a um toque da medalha na prova por Equipes. Espero que na minha terceira edição os resultados sejam melhores. Já conheço bem como funciona essa prova e estou treinando duro para trazer a medalha dessa vez.

Como você chega e quais são suas expectativas para os Jogos de Lima? Estive treinando fora do Brasil neste primeiro semestre, buscando evoluir meu nível técnico e também participando de diversas competições no exterior. Minha expectativa é só uma: buscar um pódio.

Qual é a importância do Pan para a carreira de uma esgrimista? O Pan-Americano é um evento importante para atletas de esportes olímpicos com pouca mídia, pois dá grande visibilidade. É também uma boa medida para ver o seu nível em relação aos outros atletas das Américas antes da Olimpíada, já pensando no caminho para a classificação.

Como está a corrida por uma vaga na Olimpíada de Tóquio-2020? A busca pela vaga já começou e vai até abril de 2020. Existem muitas competições internacionais de que preciso participar para somar pontos no ranking e buscar a classificação. Estou aproveitando cada momento dos meus treinamentos, e focada em fazer o meu melhor em cada competição. Espero que a classificação venha como uma consequência disso.

Quando você começou na Esgrima esperava chegar a um Pan-Americano e disputar uma Olimpíada? Quando comecei foi somente por diversão. Sempre gostei de praticar esportes. A Esgrima logo me encantou, pois requer muita concentração em seus movimentos, além do pensamento estratégico. Conforme os resultados foram aparecendo, vi a possibilidade de ser uma atleta de alto rendimento.

É diferente representar o Brasil? É muito bom e uma grande responsabilidade. Tenho muito orgulho de entrar em pista e saber a quantidade de pessoas que estou representando e procuro sempre fazer isso da melhor maneira possível.

Você sempre praticou esportes no Clube, chegou até a fazer CAD. Qual a importância desse contato com o esporte desde criança? Sempre fui incentivada pela minha mãe a praticar esportes. Ela também sempre praticou esportes no Clube como uma forma de lazer. No CAD, pude experimentar as modalidades diferentes. Acho muito importante para o desenvolvimento e a motivação.

Hoje você é a melhor atleta do País no Florete e foi a primeira brasileira a estar entre as seis melhores do mundo no ranking mundial juvenil. Qual é a importância dessas conquistas? A Esgrima não é um esporte muito popular no Brasil, então essas conquistas significam muito para mim. Nunca houve muito incentivo para essa modalidade e cada resultado que eu fizer significa uma evolução na Esgrima. Espero que, com o tempo, mais atletas possam alcançar resultados ainda melhores que os meus.

O que você diz aos associados que estão pensando em começar a praticar um esporte no Clube? O Pinheiros respira esporte. Tem um leque de modalidades olímpicas e não olímpicas no nível competitivo e de lazer. Com certeza, você vai encontrar uma modalidade com que se identifica.

 

NICOLAS FERREIRA é o exemplo de que é possível conciliar os estudos com os treinos. Classificado para o seu segundo Pan, o associado relata como é sua rotina de atleta e estudante, como o esporte pode auxiliar na vida profissional, e, claro, conta como chega aos Jogos em Lima.

Você participou dos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Como foi essa experiência? Depois do Jogos Olímpicos essa é a etapa mais emocionante que joguei. Nessa ocasião perdi para um atleta americano por 15 a 13 e esse gosto amargo ainda não saiu da minha boca, pretendo tirá-lo agora em Lima.

Como você chega para os Jogos de Lima? O Pan é uma competição muito curta e não tem margem para erros, sinto-me mais experiente que há quatro anos e isso sem dúvida será um diferencial. Estou muito confiante na possibilidade de trazer uma medalha para o Brasil. Estar na equipe, no maior evento que antecede a Olimpíada é algo grandioso. Seus pais sempre souberam da importância do esporte para o desenvolvimento dos filhos.

Como foi o incentivo deles para você começar no esporte? Minha mãe era professora de Educação Física e dava aulas de Natação, por esse motivo o esporte sempre esteve presente na minha vida e na vida dos meus irmãos. Desde que iniciei na Esgrima, aos 10 anos, já encarava-a com muita seriedade e meus pais perceberam isso, colocando o mesmo peso e paixão em tudo relacionado à modalidade.

Qual é a importância desse apoio para você se tornar um atleta de alto rendimento? Simplesmente essencial, quando a paixão é compartilhada pela família os momentos difíceis são mais serenos e os momentos de vitória são de todos. A família é o principal fator para se manter o esporte mesmo em meio a tantas dificuldades e adversidades que o esporte tem.

Como você começou na Esgrima? Na verdade, foi por acidente. Até os 10 anos minha mãe me levava nas aulas de Natação e em certo dia eu disse que não queria mais e foi por esse motivo que fomos ao Ginásio do Ibirapuera. Lá existem diversos esporte gratuitos para a comunidade e dentro deles a Esgrima. Candidatei-me à vaga e depois de algumas semanas saiu o resultado de que havia sido sorteado. Comecei a treinar por lá e aos 13 anos entrei no Pinheiros.

Como é conciliar a faculdade de Engenharia com os treinamentos e competições? Não é nada fácil. Este ano me formo com muita alegria no coração.

Como é sua rotina de atleta e de estudante? Para conseguir me formar tenho que cumprir as horas mínimas de estágio obrigatório dentro da área de Engenharia de Produção. Então, estagiava das 8 às 16h, treinava das 16h30 às 19h e ia para a faculdade das 19h30 às 23h. Foi um período de muita luta e pouco sono. Meu corpo já se acostumou com isso, acredito que vou sentir falta depois (risos).

O que é mais complicado nessa vida de dupla rotina? Acredito que seja conseguir manter o máximo de concentração no local que está, durante o treino 100% focado na Esgrima, na faculdade 100% focado nas aulas, não deixar os problemas de um afetarem o outro.

O que você diz para os associados que estão passando por essa situação ou estão pensando em largar um dos dois? Claro que temos que dar prioridades a diferentes coisas conforme os anos passam, isso é inevitável. Mas não podemos desistir nas primeiras dificuldades. Essas experiências de administrar tudo são muito enriquecedoras e estão cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Além da possibilidade de viver experiências incríveis que apenas o esporte pode proporcionar, o esporte pode ser um grande diferencial em sua futura carreira.

Como está a corrida para a vaga na Olimpíada de Tóquio-2020? Tenho mais duas provas para subir de segundo para primeiro no ranking nacional e garantir a vaga para o pré-olímpico no ano que vem.

 

BIA NERES uma das maiores triatletas do País está indo para seu segundo Pan-Americano. A associada, que se tornou mãe quando se preparava para disputar a Olimpíada em 2016, conta como concilia os treinos com os cuidados com a família e a importância da maternidade para a vida de atleta.

Você participou dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015. Como foi essa experiência? Foi meu primeiro Pan-Americano, uma experiência incrível. Lembro de estar super-ansiosa representando o meu País em um grande evento. O Pan é um passo muito importante para a carreira do atleta, pois somente os melhores de cada modalidade esportiva estão lá.

Quais suas expectativas para o Pan de Lima? Chego em Lima com muito mais experiência, sabendo de reais chances de medalha e muito animada para competir.

Esperava chegar ao Pan-Americano este ano? Sim, depois de Toronto obtive resultados importantes e estou bem colocada no ranking mundial, o que me garantiu também a vaga para o Pan em Lima. É minha quinta seleção brasileira e a cada ano me sinto mais confiante em poder representar o Brasil. Você descobriu que seria mãe quando se preparava para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Como foi sua volta ao esporte após a maternidade? Sim, eu descobri em 2016, estava na fase final de preparação para a vaga olímpica. Depois da maternidade voltei mais forte, mais focada e com mais vontade de ganhar. Hoje faço isso também por ela, o que me deixa muito mais animada nos treinos e me dá força na hora da prova.

É possível conciliar família, treino e competição? Sim, é preciso mais dedicação, uma rotina muito certa, um descanso adequado para que os treinos sejam bem aproveitados e muita ajuda da família. Você precisa acordar sabendo que está indo para o trabalho que ama e com pessoas que te apoiam diariamente, e a família neste momento é fundamental.

Como está a corrida para a vaga na Olimpíada de Tóquio em 2020? A corrida olímpica no Triatlo é decidida por pontuação, por isso temos que estar constantemente competindo, a cada fim de semana o ranking muda. Hoje estou entre as 60 do mundo, o que me dá uma posição confortável para largar bem nas provas. Mas ainda tenho muitas provas pela frente e somente em maio de 2020 é que fecha o ranking olímpico no Triatlo.

O que você diz aos associados que estão pensando em começar a praticar um esporte no Clube? Além dos benefícios para a saúde, praticar esporte nos dá disciplina para a vida inteira. Vale a pena cada treino feito, vale a pena acordar mais cedo para treinar, vale a pena ir em busca de um sonho para quem pensa em ser atleta de alto rendimento. Estamos no melhor lugar do Brasil para praticar esporte.

 


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