Petrúcio Ferreira, do Pinheiros, é tricampeão Paralímpico

Paratleta correu os 100 metros rasos T47 em 10.68s e refletiu sobre família, dificuldades e origens

 

Petrúcio Ferreira é tricampeão paralímpico! A medalha de ouro foi conquistada na prova dos 100 metros rasos na categoria T47, nesta sexta-feira, 30 de agosto, no Stade de France, pelos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.  Petrúcio fez a prova com o tempo de 10.68. As outras duas conquistas foram nos Jogos do Rio de Janeiro 2016 e Tóquio 2020

Além da medalha de ouro e o lugar mais alto do pódio, o Pinheirense fez seu melhor tempo na temporada, após forte disputa contra o americano Korban Best, que ficou com a prata (10.75). Orgulhoso, Petrúcio agradeceu a todos pela conquista. 

“É muita emoção estar vivendo tudo isso. Por tudo e por todos que surgiram na minha vida, que me deram essa alavanca para conquistar o mundo. Por isso agradeço a todos que acreditam no meu trabalho, meus patrocinadores, minha família e uma pessoa especial que está em casa nesse momento, que com certeza está mais nervosa que eu, que sabe que tenho medo, mas sabe que enfrento o medo a qualquer circunstância, essa pessoa está me mostrando o quanto eu sou forte, o quanto eu tenho poder, mostrando minha história e essa pessoa é minha esposa, Dimyma Marta”, agradeceu.

Petrúcio Ferreira. Crédito: Douglas Magno/CPB

Petrúcio também falou das dificuldades que enfrentou durante o último período. “Esse ano venho sofrendo muito, com uma briga interna com o meu corpo, tenho tido muitas lesões. Mas acho que é porque eu me cobro muito, muito problema aqui (na cabeça) e isso estava descendo para o meu corpo,muita cobrança no meu dia a dia e isso estava refletindo”, e completou sobre os sacrifícios da vida de atleta. “ A gente respira o esporte 24 horas e não é fácil. A gente tem que dedicar no descanso, na alimentação, na saudade da família. Não podemos fazer algumas coisas, bater uma bolinha com os colegas, então estamos aqui para mostrar também a transformação que o esporte nos dá” contou. 

Por fim, o atleta relembrou de suas origens. “Sou muito orgulhoso das minhas origens, das minhas raízes, porque acho que tudo isso que eu vivi e que passei, com minha família batalhando muito serviu como uma moldura. É um combustível para  nunca desistir dos sonhos, das metas. Eu sou do interior da Paraíba, São José do Brejo do Cruz-PB e levo com muito orgulho da minha cidade, onde eu conheço o sofrimento e os sonhos de quem mora lá ainda. Bom, e o chapeuzinho que carrego comigo é uma forma de representar o Nordeste. Esse talento nasceu do Nordeste e tem orgulho de ser nordestino, Petrúcio Ferreira”, contou em entrevista ao SporTV. 

A medalha de bronze ficou com o Marroquino Aymane El Haddaoui, que fez a prova em 10.78.